Conforme a Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada pelo IBGE e cuja amostra abrange estabelecimentos com no mínimo 20 funcionários, o varejo gaúcho registrou alta de 4,7% em janeiro na comparação com o mês anterior, na série sazonalmente ajustada. Em relação a janeiro de 2011, o crescimento foi de 10,2%. Para as mesmas bases de comparação, o desempenho do varejo brasileiro foi de acréscimo real de vendas de 2,6% e 7,3%, respectivamente.
Em termos de atividades do comércio varejista, o destaque em janeiro de 2012 ficou por conta dos equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, que apresentaram crescimento de vendas de 44,9% em relação ao mesmo mês de 2011. Pelo lado negativo, destacaram-se combustíveis e lubrificantes e livros, jornais, revistas e papelaria, com queda de 3,7% e 3,2%, respectivamente. No que diz respeito às atividades do varejo ampliado, na mesma base de comparação, veículos, motos, partes e peças e materiais de construção registraram crescimento de 11,5% e 3,8%, respectivamente.
O primeiro resultado da PMC de 2012 dá seguimento à tendência de aceleração das vendas observada já nos últimos dois meses de 2011. Ainda é prematuro afirmar que esse comportamento já é um indicativo de reaquecimento da economia, projetado para acontecer apenas ao longo de 2012, principalmente porque a pesquisa passou por uma revisão de metodologia nesse mês. Além disso, o resultado do varejo é bastante atrelado ao comportamento do mercado de trabalho, que, à parte de movimentos marginais da economia, encontra-se em um momento histórico, registrando taxas de desocupação extremamente baixas.
A partir do mês de março (cujo resultado será conhecido apenas em maio) poderemos começar a observar algum impacto da estiagem, que vem provocando perdas relevantes nas safras de soja e milho no Rio Grande do Sul, sobre as vendas do varejo. Dessa forma, é difícil que a tendência observada nos últimos meses permaneça por muito tempo. Para 2012, nossa projeção é de crescimento entre 4,0% e 5,0% para o varejo gaúcho.