Uma reunião com a participação de mais de duzentos empresários de Erechim e dos municípios de Frederico Westphalen, Palmeira das Missões, Carazinho, Passo Fundo, Tapejara e Lagoa Vermelha deu início aos painéis técnicos do Giro pelo Rio Grande, nesta segunda-feira (12). Coordenou o debate “Os Desafios do Rio Grande do Sul” o vice-presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, que fez as interferências nas falas do economista Marcelo Portugal, do tributarista Rafael Pandolfo e do cientista político Fernando Schuler.
O consultor econômico da Fecomércio-RS Marcelo Portugal iniciou sua análise econômica fazendo considerações sobre a perda de participação do Rio Grande do Sul no PIB brasileiro. Ele cita, por uma das razões, que nosso Estado não investiu ao longo dos anos tanto quanto a economia privada. “Se você consome a maior parte dos seus recursos em gastos correntes, você não aumenta a base produtiva e não alavanca a economia”, argumentou.
A atual participação do Estado é de 6,5%, mas uma comparação com o Estado do Paraná, que tem 6,03% de participação, mostra que o Estado tem perdido espaço com o passar dos anos, enquanto que o Paraná está aumentando. Portugal avalia que é preciso acumular capital, expandir a força de trabalho e ainda buscar tecnologias e desenvolvimento da educação como formas de desenvolver a economia gaúcha. “Esses ingredientes precisam ser estruturados. Mas nossa maior perda é no baixo acúmulo de capital”, avaliou.
A substituição tributária e o pagamento de diferencial de alíquota do ICMS nas compras interestaduais são temas considerados fundamentais para a busca de solução às micro e pequenas empresas. A afirmação é do advogado tributarista Rafael Pandolfo, que falou durante painel técnico em Erechim. O tributarista demonstrou toda a atuação da Fecomércio-RS junto ao Legislativo e Executivo buscando reverter as perdas das empresas com esses dois pontos.
“A substituição tributária pode ser um remédio ou um veneno. Remédio para o combate à sonegação fiscal, mas um veneno nas distorções da Margem de Valor Agregado presumida, quando se faz uma tributação artificial”, destacou Pandolfo.
Na sequência, o cientista político Fernando Schuler comentou o fato de os outros Estados estarem se desenvolvendo mais rápido que o Rio Grande do Sul. “O nosso Estado está escorregando perigosamente para indicadores desfavoráveis, por isso, é importante efetivarmos as parcerias público privadas”, afirmou.