De acordo com a Pesquisa Mensal do Emprego (PME) do IBGE, a taxa de desocupação (proporção de pessoas desocupadas em relação às pessoas economicamente ativas) na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), que atingiu a marca de 4,7% em julho, apresentou redução em relação a junho (4,8%) e a julho de 2010 (4,8%). Esse resultado representa o nível mais baixo da série histórica, iniciada em 2002, para os meses de julho. Para o total das regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE também houve queda. A taxa de desocupação nacional atingiu 6,0% (em junho havia registrado 6,2%), valor que também representa o patamar mais baixo da série.
Em relação ao mesmo mês de 2010, a queda da desocupação na RMPA em julho é reflexo da estabilidade do número de pessoas desocupadas e ampliação de 2,3% da população ocupada. Em outras palavras, ao longo dos últimos 12 meses, o mercado absorveu toda a expansão ocorrida da população economicamente ativa (2,1%), que agrega a totalidade dos indivíduos dispostos a trabalhar na região. Em relação ao mês passado, houve redução do número de ocupados (-0,6%), porém queda mais acentuada dos desocupados (-1,1%).
Quanto às remunerações, o rendimento médio real do trabalho voltou a apresentar expansão considerável em julho, aumentando 1,9% em relação a junho e 5,7% em relação a julho de 2010. Com isso, apesar da redução do volume de pessoas ocupadas frente ao mês passado, a massa total de rendimentos da RMPA teve ampliação real de 1,4% na mesma base de comparação. Em relação ao mesmo mês de 2010, a massa real de rendimentos expandiu-se em 7,6% em julho, acelerando em relação a junho.
Os resultados de julho da PME continuam evidenciando uma maior resistência do mercado de trabalho à desaceleração da economia, em curso já há alguns meses. A taxa de desemprego apresentou nova redução e atingiu mais um patamar histórico para o mês. O rendimento médio do trabalho e a massa de rendimentos tiveram crescimento real expressivo em julho na RMPA. Dessa forma, mesmo levando em conta os efeitos sazonais, o diagnóstico do mercado de trabalho continua sendo de forte aquecimento, com consequências para o setor terciário. A expansão da renda e do volume de pessoas ocupadas constitui um fator positivo na determinação das vendas do varejo. No entanto, o quadro atual do mercado de trabalho dificulta a contratação de funcionários qualificados e pressiona os reajustes salariais para além dos ganhos de produtividade, corroendo a lucratividade das empresas do setor.